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três cartas a pessoas queridas

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três cartas a pessoas queridas

em que condenso tempo, tesão e tormenta em poucas linhas

eduardo furbino
Feb 12
2
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três cartas a pessoas queridas

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olá! como você tá? espero que bem e animade para o carnaval :)

a edição de hoje tem a temática de cartas e reúne poesias que escrevi para pessoas específicas, algumas delas compartilhadas com elas, outras não.

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vez ou outra escrevo em formato epistolar como forma de me comunicar com o passado (ou remetendo-as ao futuro, mas, ainda assim, dialogando com o passado). é o jeito que encontro para encerrar ciclos, remediar traumas, e abrir espaço para o novo.

espero que você curta as poesias e que as compartilhe com seus amigues e conhecides, ajudando a newsletter a crescer! um ótimo final de semana e um carnaval maravilhoso.

p.s. semana que vem não vai ter news porque pretendo estar ligeiramente alterado indo de um bloco para outro, mas volto logo depois do carnaval!

i.

ana é como chamo, aqui, as muitas mulheres e homens que amei.

um anagrama do seu nome
teria seu peso em quilos
e ainda mais que isso ana
abalaria a parede do meu peito
me afundando para dentro de mim
enquanto embaralho letras
à procura de um rumo
capaz de atravessar esse muro

ii.

andré é um amigo querido que se tornou um porto seguro em que nunca ancorei.

andré, eu sou uma garota safada
não me cabe no olho a imagem de um único homem
quando exploro seus corpos não penso
na liberação de nada que há neles
é, pelo contrário, na minha prisão que penso
em ser segurado pelos pulsos e implorar que acabe
sabendo, andré, que não quero que acabe
sabendo que tudo no mundo é uma distração
e o que realmente importa não sou eu quem sabe
são eles que vão me contar com as mãos

iii.

olívia foi minha psiquiatra durante um tempo, até que parou de ser.

meu corpo olívia deixou há tempos de ser uma máquina
embora lhe seja programável tantas e tantas coisas:
a dor de se sentir fora do eixo
a fagulha motorizada a que chamo amor
os subprodutos de minhas funções tardias
quando dorme meu objeto de desejo
mas ainda trabalho para lhe garantir o sonho
meu corpo olívia é sim uma benção
que profano com remédios drogas pó e fumaça
que assento em um terreno baldio
onde se erguerão fábricas de mágoas e de vida
meu corpo é essa incógnita que leio como resposta
e talvez por isso e também por tanto mais
embora não seja mais nenhuma máquina
ainda me pego preso ao ritmo ingovernável e impiedoso
das velhas engrenagens que me movem

uma música

acredito que todas as relações são uma forma de amor (a nós ou ao outro). isso dito, a música da semana é paira no ar, das bandas čao laru e pássaro vivo. é um som singelo, sambinha bom, letra tranquila, que deixa um sorriso no rosto e um formigamento nos pés.

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